quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Final de semana cultural e gastronômico em Lisboa

Este último final de semana foi muito especial.
Estreou na sexta feira, dia 18, a peça "O Autofalante" com o Pedro Cardoso e aproveitei essa desculpa para visitar Lisboa novamente. Impressionante, cada vez que lá vou, gosto mais.
Saí do trabalho e peguei logo o comboio, cheguei em Lisboa e a Chris alemã me hospedou na casa dela. Nesta mesma noite fomos dar uma volta no Bairro Alto. Bem parecido com a Lapa, várias ruas lotadas de bares, onde as pessoas ficam na maior parte do tempo bebendo e conversando na rua mesmo. Na porta dos bares. É um lugar bem boémio, com muitas moradas estudantis também.
O apartamento da Chris é algo bem interessante, é abrigado por seis pessoas de diferentes nacionalidades. Ela e um outro alemão, uma belga, uma holandesa, uma espanhola (de Barcelona)e um cara que não lembro de onde é.
Depois de algumas cervejas e muito papo no Bairro Alto voltamos pra casa. Nada de discoteca desta vez.
No sábado, fomos pra Alfama, o bairro onde fica o Castelo de São Jorge. Fica no alto da cidade e a vista de lá de cima rende altas fotos. A Chris mora pertinho do centro e deu pra ir andando.
Decidimos andar pelo bairro, sair das ruas principais e andar pelas ruelas, pelo meio dos sobrados e a surpresa foi grande. Que bairro lindo. Muitas escadas e ladeiras. Haja perna!! Mas o visual é muito peculiar. Sobrados coloridos, com aqueles azulejos típicos dos patrícios, roupas penduradas pelas varandas e janelas, crianças jogando bola nas ruelas apertadas. No meio dos sobrados, aparece uma praça, com uma palmeira enorme e uma Igreja, com o sol refletindo na fachada branca. Nossa, que cena!
Depois de muito andar e fotografar, sentamos no Pois Café, que apesar do nome totalmente lusitano, é um café austríaco. Adorei este lugar, um salão bem amplo e muito bem decorado. Completamente aconchegante, com muitos sofás e poltronas, quadros, livros e revistas do mundo inteiro sobre diversos temas. As mesas são grandes justamente para forçar pessoas "desconhecidas" compartilharem o mesmo lugar. Me senti no sofá da minha casa. Primeiro pedi um sumo de frutas naturais (o que aqui é difícil de achar) para refrescar, porque o tempo em Lisboa estava realmente bom para um inverno europeu. Andei praticamente o dia inteiro de camiseta. Ok, depois do suco multivitamínico, relaxei completamente. Papo vai, papo vem, uma revista... Deu fome. O cardápio é muito apetitoso, vários bolos, quiches, saladinhas.... Não sabia o que pedir. Escolhi ovos mexidos com Cougetes (abobrinhas), que veio acompanhado de saladinha e pão de gergelim. Hummmm....
A tarde passou super rápido e nem percebi que já estava ali faziam horas.
Ok, hora de voltar pra casa da Chris e me preparar para o teatro.
O Pedro Cardoso sozinho já é uma peça. Engraçadíssimo. Bem, recomendo a peça «O Autofalante» que conta a história de um homem desempregado que sofre uma crise de comunicação com o mundo e passa a falar sozinho. Fica tanto tempo isolado de tudo, sendo ele próprio a sua única companhia, que acaba por se aborrecer de si próprio. (...)
Depois do teatro e de muito rir, Bairro Alto de novo. Desta vez com mais gente. E com dois amigos brasileiros que agora são lisboetas, o Marcos Ianes, que me acompanhou no teatro, e o Higor.
No domingo a Chris me ensinou a preparar um típico Cheesecake alemão. (Não tão típico porque não achamos todos os ingredientes e tivemos que substituir alguns) mas a grande diferença é que o Cheesecake alemão é assado, ao contrário do americano. Delícia!! A viagem de volta pra Braga foi tranquila, acompanhada pelo Amir Klink, no livro que estou lendo, Linha D'Água.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Rio de Janeiro, que saudade!!!

~ Rio de Janeiro ~
Cidade cosmopolita, capital do Brasil por quase 200 anos, o Rio de Janeiro é um dos principais pólos de cultura do país, com seus inúmeros cinemas, teatros, museus, salas de concerto, casas de show, galerias de arte e bibliotecas. Grande pólo gastronômico, os restaurantes da cidade oferecem inúmeras opções, da cozinha internacional a pratos típicos de todas as regiões do Brasil. Poucas cidades no mundo conseguem reunir, de forma tão despojada, todos os pequenos ícones que fazem da vida uma festa: praia, sol, samba, cerveja gelada, boa comida, futebol, gente bonita, ruas de curvas leves que desembocam em pequenas florestas tropicais.
O Rio de Janeiro é pura modernidade, e é também um reencontro cotidiano com o passado. O barroco de igrejas e mosteiros, o art-decó de fachadas residenciais bastante preservadas, a arquitetura modernista dos anos 50, tudo isso faz do Rio testemunha de sua própria história.
O Rio é uma cidade que ecoa, que vibra. Com o batuque dos surdos, tamborins, pandeiros e cuícas, que marcam o compasso do Carnaval. Com a explosão de um gol no estádio do Maracanã, onde 170 mil pessoas torcem pela vitória dos times de futebol. Com a arrebentação das ondas nas pedras e com os estampidos coloridos da queima de fogos na virada do ano. O Rio pulsa em permanente celebração à vida.
Não se pode deixar de fazer
Ir à praia no Rio é mais do que abandonar-se na areia e desfrutar do mar. É caminhar, andar de bicicleta, encontrar os amigos, olhar o pôr-do-sol, apreciar o movimento no calçadão, beber uma água de coco ou uma cerveja bem gelada e esperar anoitecer.
Passear no Jardim Botânico, fazer caminhadas à sombra das aléias de palmeiras, respirando o ar puro e a paz das alamedas é um dos programas mais indicados para fugir do calor.
Dar uma volta a pé ou de bicicleta, pela orla da Lagoa Rodrigo de Freitas, magnífico espelho d’água cercado de montanhas, que conta com uma equipada área de lazer e quiosques onde se pode comer e beber bem.
Fazer compras nos melhores shoppings da Zona Sul da cidade e entender por que o Rio de Janeiro é uma cidade que dita moda.
Ver a cidade do alto do Corcovado, onde está o Cristo, de braços abertos sobre a baía da Guanabara. Chega-se ao mirante de carro ou em um trenzinho turístico, que sobe o morro cortando a floresta.
Visitar a cidade no Carnaval e assistir ao que é chamado “o maior show da terra”, o desfile das escolas de samba no Sambódromo. É um espetáculo de cores, música e ritmo inesquecível e envolvente.
Passar o reveillon em Copacabana e participar de uma das mais belas festas coletivas do Rio. A população, vestida de branco, ocupa toda a orla e, à meia-noite, inicia-se um espetáculo de queima de fogos que leva a multidão ao delírio.

Li sobre a minha Cidade Maravilhosa e deu uma saudade imensa. Pena a violência dos últimos tempos.
Não adianta, não tem cidade no mundo que consiga reunir ao mesmo tempo toda energia que o Rio tem com uma variedade enorme de belezas naturais com o charme e o jeito de ser do carioca. Povo único na face da Terra.

Que saudade dos domingos que ia para a Prainha e passava o dia inteiro por lá. Ou então ia pedalar na orla e depois dava aquela paradinha estratégica na feira para beber um calde de cana bem gelado com pastel de queijo. Hummmm....

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Últimos dias de 2007 na estrada!

O final de 2007 teria que ser passado em grande estilo e já que estou na Europa, nada melhor que uma viagem de 7 dias para fechar o ano.
Destino final: PARIS
Depois de muitos cálculos, estudo de rotas, do melhor meio de transporte. Depois que fechamos quem iria nessa viagem, começou a contagem regressiva.
Ficou decido que o trajeto seria:
Braga-Lisboa-Salamanca-Burgos-Bordeaux-Tours-Paris mas no meio do caminho ainda paramos em Fátima e Cuidad Rodrigo (um pouco antes de Salamanca).
A ansiedade foi grande. E devo confessar que o medo de que desse alguma confusão também. Afinal éramos 9 pessoas com expectativas diferentes.
Os participantes: Eu, Rosane, Elaine (irmã da Ro), Priscila, Julia, Leandro, Marcelo, Lu Faria e Sérgio.
Alugamos uma carrinha (vulgarmente conhecida no Brasil como van), o volume das malas era limitado e cada um teve que levar o mínimo possível. Abastecemos o carro de guloseimas e saindo de Braga a primeira parada foi em Fátima. Para rezar um pouco, agradecer pelo ano que terminava e pedir proteção, principalmente durante esses dias de estrada. De Fátima seguimos para Lisboa, onde passamos duas noites. Como era quarta-feira, fui assistir um concerto de Jazz, que fazia tempo queria assistir e lembrar os velhos tempos na Inglaterra, mais especificamente as jam sessions de terça-feira no Royal Oak em Settle. Aproveitei para rever os amigos lisboetas (quase todos brasileiros) enquanto o restante do grupo visitava a Torre de Belém, etc...
Na manha do dia 28, deixamos Lisboa seguindo para Salamanca. Foram bem umas 4 ou 5 horas de estrada. No caminho resolvemos parar em Cuidad Rodrigo. Uma cidadezinha que fica dentro de uma muralha.
Chegamos em Salamanca já quase anoitecendo, andamos pelo centro, Catedral, Universidade, Praça Maior. Jantamos e seguimos para Burgos, onde passamos a noite.
Em Burgos, estávamos sendo aguardados pelo Barbo, que nos hospedou (os 9 tripulantes) em sua casa. Ele faz parte do Couch Surfing, (uma comunidade com pessoas do mundo inteiro que hospedam visitantes em suas casas quando estes passam pela sua cidade. É mais ou menos isso). Saímos com ele na noite de Burgos, bebemos umas cervejas, dançamos um pouco e na manhã seguinte a viagem continuou até Bordeaux, já na França.

Bordeaux, a capital do vinho francês. A cidade com todas as luzes do natal, ainda mais charmosa. Como todas as cidades da França. Parei numa esquina para comer um crepe de nutela e banana, continuei andando pelo centro, entrei numa loja de vinhos, fui na Catedral...

A cidade é mesmo um charme.

De Bordeaux a viagem continuou à noite até Tours, no Vale do Loire. Onde o Fabrice nos esperava (também do Couch Surfing). A recepção na França foi com espumante e snacks de boas vindas. Muito gentil! Como já era tarde, ficamos apenas conversando com o nosso anfitrião francês que na manhã seguinte nos acompanhou pela cidade. Caminhamos nas margens do Rio Loire, visitamos a parte medieval da cidade (com arquitetura bem característica) e almoçamos num restaurante especializado em crepes.
Seguimos para Paris.
A chegada em Paris, no dia 30/12 quase à noite foi emocionante. Não sei porque mas sempre que volto a Paris me emociono. Amo aquela cidade!
Em Paris o grupo se separou, já que cada um tinha interesses diferentes.
Liguei logo para o meu queridíssimo amigo Diogo Kuhner, que estava lá morando desde o início de dezembro e nos encontramos para jantar no Leon de Bruxelles (um restaurante especializado em mexilhões). Fomos no da Place de la Rèpublique.
Desde que comecei a programar esta viagem estava salivando pelo Les Moules “Méridionales”, um prato de mexilhões gratinados coberto com molho especial de tomates, alho e salsa. Nossa, uma combinação perfeita. Depois do maravilhoso jantar, fui com a Lu Faria, o Sérgio, a Helene e o Humbert (amigo da Lu) dar uma volta pela Champs Elysees.
No dia seguinte, eu e a Lu Faria encontramos o Diogo em frente a Torre Eiffel e passamos o dia a andar e conversar, apreciando a cidade. Passamos no Momoprix, onde comprei um "carregamento" de brownies (deliciosos), almoçamos e começamos a nos preparar para a festa mais tarde.
A FESTA!!
Que tal passar o Reveillon numa festa, num barquinho no rio Sena???? Parece fantástico, não??

E foi. Foi o melhor Reveillon da minha vida. Novamente, eu, Diogo e Lu Faria. A festa foi sensacional, manteve-se a tradição: não há reveillon francês sem queijo. Então uma enorme mesa com queijos, frutas e castanhas, champagne a noite inteira, boa música e muita animação. O cenário externo, o Rio Sena, dispensa apresentações. Da festa no barco seguimos para o Favela Chic, uma discoteca na République que toca músicas brasileiras e ali a festa continuou até as seis da manhã. Muito funk, samba.... Ah, um detalhe, o convite para esta festa era uma máscara, super colorida e linda.
No dia primeiro a tarde, foi hora de pegar a estrada de volta pra Braga. Com paragem apenas para dormir em Bordeaux. Chegamos em Braga no dia 2/01 por volta das dezessete horas.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Natal bracarense com gostinho brasileiro!

O Natal, com frio europeu, lareira em chamas na sala (ou pelo menos a tentativa das chamas) e pela primeira vez longe da família, correu bem!
Foi na casa onde moro, em Braga. Eu e a Rosane convidamos a malta brasileira e tivemos uma noite muito especial e feliz. Afinal o que importa nesta data é o sentimento do bem, do amor ao próximo e da renovação. E lógico, estar perto de pessoas queridas.
Tudo começou semanas antes, decidindo qual seria o nosso cardápio para a ceia. Uma ceia para doze pessoas. (A dúvida é se caberiam as doze pessoas aqui em casa).
Decidimos fazer uma ceia brasileira, com quiche de queijo fresco e cogumelos acompanhada de saladinha de rúcula, pêra e parmesão de entrada. Seguido do pernil com molho de abacaxi (que ficou divino) e bacalhau espiritual na panela de barro do Sérgio. Fora os outros quitutes como as rabanadas assadas e as sobremesas.
Durante a tarde, a Sandra, amiga portuguesa trouxe um prato com doces típicos do natal português. Mexido (uma mistura de pinhões, nozes e castanhas com canela, etc) e aletria. Bem diferente do que estamos acostumados a comer.
A atividade na cozinha foi intensa, com participação minha, da Rosane, Adriano e Analu. Preparamos toda a comida num dia. E foi comida para um batalhão. Mas, neste caso, melhor sobrar que faltar. A noite foi acompanhada ainda de muito vinho português.
Tudo pronto, convidados chegando!
A noite foi muito animada e feliz. Acho que todos estavam felizes, contagiados pela energia do Natal.
Depois do delicioso jantar, fizemos um amigo-oculto-ladrão de chocolates, que foi divertidíssimo e rendeu boas gargalhadas.
Não vimos a hora passar e quando nos demos conta já eram quase seis da manhã.
No dia 25/12 a casa estava cheia de novo para o almoço.
Passei a tarde matando as saudades da família no Brasil, todos reunidos para o tradicional almoço de Natal. Foi ótimo ver todos ao mesmo tempo. Viva a internet e a banda larga!!!
Que este universo de paz e harmonia permaneça por todo o ano que se inicia.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Novembro e Dezembro voaram!

Faz um tempão que não conto aqui o que me tem acontecido!

Vou fazer um breve resumo do que passou nestas semanas. Foram muitas experiências marcantes. Viagens, despedidas, aprendizados, gente nova chegando, reencontros, natal longe de casa e reveillon em Paris (mas este último merece um post exclusivo)...


Beja - Alentejo - cerca de 28 000 habitantes
Foi lá pro dia 17 de novembro, com o pessoal da AIESEC.
Cidade pequena, mas engraçadinha. As pessoas vivem num ritmo de vida sem pressa. Sem stress.
O sotaque português é bastante acentuado e a população idosa. É bem difícil entender o que eles falam.
Conheci desta vez pessoas interessantes, que estão também em Portugal de passagem.


A diversidade cultural foi vivida em todos os momentos. Portugal, Brasil, Eslováquia, Romênia, Espanha, Venezuela, Costa Rica, China e Lituânia.
Além dos novos, que ainda verei várias vezes, reencontrei algumas pessoas que já conhecia, e aprendi que o lance de que "A primeira impressão é a que fica" é um tremendo engano. Essa tal impressão que fica, apenas nos faz criar pré-conceitos e por fim uma barreira para algo que pode ser interessante.


No dia 21/11, fui com a Rosane e o Pedro, um amigo do trabalho, assistir no Estádio do Dragão, no Porto, Portugal x Finlândia, pela Copa Uefa 2008. Apesar de não entender nada de futebol, a emoção de estar no estádio lotado foi incrível. O jogo em si, foi mais ou menos, placar 0x0, mas me rendeu ótimas fotos da partida.

A torcida da Finlândia devia representar uns 2% do total da torcida portuguesa.

Fiquei impressionada com a organização do Estádio do Dragão. Muito policiamento, super organização no metro, nos portões de acesso, dentro do estádio. Todas as cadeiras numeradas, pessoas para dar informação. O clima era de festa. Nada de confusão. Nada de brigas. A torcida vibrava a cada momento que o time português tocava na bola. O Felipão estava tenso. E nada de gol...

No dia 09/12, fizemos uma mega feijoada aqui em casa, na despedida da Camila, companheira de apartamento que se tornou amiga. Não sei como couberam umas 20 pessoas aqui em casa. A cozinha e o bar abriram as 2h da tarde, quando tudo começou a ser preparado. Panelão de feijoada, farofa, couve mineira, muita caipirinha... Festa super animada, que continuou no Flauta e terminou no Sardinha Biba (uma disco daqui de Braga).
A Camila volta em março, pra apresentar o trabalho do mestrado, então pra mim, foi uma despedida temporária, porque quando ela voltar eu ainda estarei aqui. Ainda foi ótimo, porque o Higor, amigo do Rio, veio de Lisboa pra participar da festa e a Chris, a alemã que já morou aqui e agora habita Lisboa, virou uma nova amiga.


O Natal e o Reveillon ficam para o próximo post.