quinta-feira, 3 de julho de 2008

Castelo das Paixões

Acabei de chegar de um espetáculo teatral sensacional, completamente diferente. Primeiro porque foi ao ar livre, segundo porque foi nas ruinas de um castelo, em Póvoa do Lanhoso, aqui do ladinho de Braga.
O castelo fica no alto de um monte de onde se consegue ter uma vista privilegiada de toda a cidade em volta.
A peça conta a história da lenda do castelo. Uma história de paixões, lutas, encontros e desencontros, fantasmas...

Mas tudo começou mesmo com um delicioso jantar num restaurante em Póvoa do Lanhoso. Fui acompanhada da Mariana e do Pedro, ambos amigos do trabalho.

Como não conheciamos nada por lá, parei uma pessoa na rua e perguntei por um restaurante pra jantar. Comemos bacalhau à lagareiro, é um bacalhau assado, com batatas ao murro, cebolas, azeitonas... e muito azeite. Um vinhozinho pra acompanhar. Logo em seguida subimos para o castelo,
mas o espetáculo só começa mesmo quando o sol já se pôs.

Enquanto isso, o espetáculo da lua, que surgia aos poucos, enorme e laranja por detrás da montanha.


Ok, o céu já está suficientemente escuro para começar o espetáculo. Ficamos todos em pé, ainda do lado de fora do castelo, de frente para a torre e dali começou o, digamos assim, primeiro ato.


Enquanto os atores se apresentavam ali, nas ruinas externas do castelo, algumas imagens eram rojetadas na torre. Depois uma verdadeira batalha, com tochas em chamas. Queriam invadir o castelo do Lanhoso e neste momento que só observávamos o espetáculo, passamos a fazer parte dele. Tivemos que nos abrigar da batalha dentro do castelo. Todos tivemos que sair correndo para nos abrigar dentro do castelo. Ao mesmo tempo que a correria foi super controlada, foi emocionante. Dentro do castelo, sentamos e permanecemos assim até o final, mas ainda sentindo todas as emoçoes da peça.

Um jogo incrível de luzes com todas aquelas chamas. Todo o castelo era palco do espetáculo, e a platéia sentadinha ali no meio.

Na hora em que o castelo é incediado, na peça, é como se toda a torre estivesse em chamas (e estava mesmo). Dava pra sentir o calor do fogo arder no rosto, o cheiro da fumaça entrando pelos pulmões (devo confessar que desta parte da fumaça não gostei muito não. E também achei nada ecológico). Mas enfim, a emoção estava ali. A história extremamente envolvente. O cenário, sensacional e os sentidos aflorados fazia de nós, meros expectadores, parte da história.

Foram quase duas horas de peça. em alguns momentos me custava um pouco entender o que diziam, por causa do sotaque português.



A torre vista do lado externo com o dia ainda claro


A torre durante o espetáculo


Resumindo, foi uma excelente noite!

Se quiser saber mais sobre a lenda do castelo, deixe um comentário. Até a próxima.

domingo, 8 de junho de 2008

IRW Coimbra - Queima das Fitas

IRW de maio - 02 e 03 - Coimbra, durante a Queima das Fitas!
Mas o que é a Queima das Fitas????
A tradição académica da Queima-das- Fitas é uma semana festiva que acontece todos os anos durante o mês de Maio. Entre diversas actividades estão a serenata estudantil, os concertos musicais e o cortejo académico.
O famoso cortejo, que faz parte da tradição da Queima-das-Fitas, em que os finalistas vão à frente e os carros alegóricos e os caloiros seguem na outra parte traseira do cortejo. Nesse dia do cortejo, os caloiros ao passarem pela tribuna deixam de ser caloiros e passam a pastranos. Os alunos de Medicina costumam ser os primeiros a passar a tribuna como indica a tradição.
Os finalistas usam uma cartola e uma bengala com as cores da sua instituição académica como sinal de orgulho de terem chegado ao fim da vida de estudante. (by wikipédia).




A queima das fitas mais famosa em Portugal é a de Coimbra. E neste período o IRW foi lá. Cultura, tradição e muita, muita festa e diversão.
Na noite de sexta feira, a Queima das fitas é "inaugurada" com a serenata de abertura, aos pés da Catedral. É um espetáculo lindíssimo, todos os alunos vestidos no traje típico dos estudantes, um fato preto com uma capa. Todas as ruas em volta da catedral lotadas de gente. Alunos e seus familiares, turistas... O silêncio reina, para que possam ouvir a serenata. Impressionante! Acho que foi o momento mais marcante da Queima das Fitas.
Durante o dia de sábado visitamos a cidade, a universidade de Direito, assistimos algumas apresentãções típicas pelas ruas da cidade. Fui novamente à Catedral. A cidade é bem bonitinha.
À noite, festa novamente.
No domingo, o dia do cortejo. Os carros se concentram nos arredores da universidade e desfilam pela cidade. É uma espécie de carnaval do Rio com micareta. Ou seja, carros alegóricos, nas cores dos cursos, ricamente ornamentados. Os alunos em cima dos carros servindo bebidas e alguns sanduíches ou snacs para as pessoas que acompanham o cortejo. Muita alegria e diversão. Só faltou mesmo música nos carros pra virar carnaval.
Neste IRW tivemos a presença especial de Jocca (lê-se Yoka), a cachorrinho fofo do Dey!!
A festa foi realmente muito boa!
Mas acabou cedo, na hora de voltar pra Braga.





quarta-feira, 14 de maio de 2008

3 dias de praia, nem acreditei!!!

Dia 25 de abril é feriado nacional em Portugal, que comemora a Revolução de 1974. 25 de abril é também uma linda ponte sobre o Rio Tejo.
Bem, mas o que quero contar aqui é sobre o meu feriado! Previsão do tempo: 3 maravilhosos dias de SOL e CALOR, juntos! Obaaaa!! Coloquei o bikini na mochila e "Lisboa, aí vou eu!!!"


Praia de Estoril vista do caminho para Cascais

Sexta acordei cedinho e era tudo verdade, o sol estava a brilhar, fazia tempo q não via um dia desses. Fomos logo pra praia. Eu e Jeroen escolhemos Estoril, que fica logo após Lisboa. Lá encontramos com o Marcos e passamos o dia inteirinho na praia, do jeito que eu gosto, lagarteando. A praia é super tranquila, a água calma, porém gelada. Como diz minha amiga Patrícia: -Pense numa água gelada, agora multiplica por três. Isso mesmo, a temperatura do mar devia estar em torno dos 15 graus. Ui, que gelado, mas a sede por um banho de mar era tanta que não resisti, fui lá toda feliz dar um mergulho. Voltei sem sentir meus pés e pernas, quase congelaram. hahahaha.

Ok, depois de torrar mais um pouquinho no sol, papo-vai-papo-vem, vou dar mais um mergulho. Ups, acho q esqueci que a água estava tão gelada. Acho que por olhar e ver tanta gente feliz e contente no mar, como se estivesse tudo quentinho. Mergulhei e saí correndo antes que meus pés e pernas congelassem de novo.
No final da tarde, já por volta das seis horas (mas ainda com muito sol) eu, Jeroen e Marcos decidimos dar uma caminhada até Cascais. Tem tipo um calçadão pela beira do mar, ou melhor, um pouquinho acima da beira. Caminho com muitos aparelhos de ginástica, banheiros, bares e restarantes.
Chegando em Cascais, nos deliciamos com um sorvete e voltamos pra Estoril, onde o Marcos mora e de onde pegariamos o trem urbano de volta para casa do Jeroen.
O dia foi maravilhoso e como sempre, depois de um dia inteirinho de praia, quem aguenta sair??? Jantar, banho e cama. No dia seguinte tem mais praia.
O DIA SEGUINTE
O Paulo, flatmate do Jeroen, nos convidou para ir à Praia do Guincho (que só dá pra ir de carro). Fica um pouco depois de Cascais e antes do Cabo da Roca, que é o ponto mais ocidental da Europa.
No caminho, paramos na Boca do Inferno. Um lugar onde o mar é super violento contra as rochas. E por isso nos proporciona um belo espetáculo.

Boca do Inferno
A praia do Guincho é famosa pelos campeonatos de surf, mar aberto, água mais gelada ainda - Peeeense - mas linda, de um lado a praia, o azul do mar e do outro o verde da serra. Dá pra ver o Palácio da Pena, que fica em Sintra.
Na verdade esta praia me lembrou bastante a minha praia preferida no Rio de Janeiro, que é a Prainha. A integração perfeita do mar com a montanha. Do verde com o azul (adoro esta combinação).


Enquanto os meninos se divertiam com uma bola de futebol, lógico que tirei aquele clássico cochilo ao sol. Praia perfeita para dormir, ninguém te atrapalha, não passa ninguém gritando nada, super tranquilo. Não, peraí, passou um senhor gritando: - bola d'Berlim, bola d'Berlim (mas pense com o sotaque purtuguês). Tá se perguntando o que é isso??? Nada mais é que o tradicional sonho, só q sem recheio de nada, porque proibiram que vendessem Bola d'Berlim com recheio de creme de ovos (muito perecível quando exposto ao sol).
Depois deste dia MARAVILHOSO na praia fomos ao aeroporto encontrar com a minha amiga Mariana (também conhecida como Marica ou Maricota). Ela estava voltando da Alemanha e o voo fazia propositalmente uma escala de 12 horas em Lisboa. Assim pudemos nos encontrar pra matar a saudade e aproveitar um pouquinho de Lisboa juntas.

Marica e Lu com elevador da Santa Justa ao fundo.

Mas como ela chegaria à noite e logo na manhã seguinte já voava para o Brasil, providenciei uns pastéis de Belém para a hora da chegada. Não adianta tentar fazer igual, nenhuma pastelaria de Portugal consegue imitar o sabor dos Pastéis de Belém. Os outros são somente pastéis de natas. Comê-los quentinho então, logo que saem do forno, é muito gostoso! Mas ok, leveio-os na caixinha e até mandei uns pra casa. Espero que tenham gostado.



A noite em Lisboa estava ótima. A temperatura como há muito não se via estava alta.

Então demos uma volta pelo centro. Praça da Figueira, Rossio, Rua Augusta até a Praça do Comércio, Elevador da Justa, Chiado. Subimos para o Bairro Alto para jantar na Cervejaria Trindade. Mais um prato de bacalhau para a lista dos não-me-lembro-quantos tipos de bacalhau em Portugal. Estava bom, mas o serviço em Portugal sempre deixa a desejar e as vezes até perco um pouco a paciência. E olha que desta vez o garçon era um brasileiro.

Depois do jantar, não podia deixar a Maricota sem experimentar a caipivodka de vodka preta do n° 41 da Rua da Barroca (no Bairro Alto).
Você já devem ter visto umas fotos onde apareço com a língua preta. Essa vodka é feita com amoras, por isso é preta e docinha. Muito gostosa. Se quando eu voltar tiver espaço na mala, prometo levar umas garrafas.



Praça da Figueira na foto mais ao alto e rua perto da Praça do Comércio com a Catedral de Lisboa ao fundo.

Na manhã seguinte a Mariana voltou cedinho para o Brasil e no final da tarde, voltei pra Braga!!
Final de semana perfeito e energias recarregadas pra mais um período de chuvas!! hahaha

terça-feira, 13 de maio de 2008

Algumas fotos do final de semana em Braga

Como já devem ter percebido quase não passo finais de semana em Braga, sempre aproveito esse tempo para viajar. Viagens curtas, normalmente em Portugal mesmo. Normalmente quando fico por aqui o tempo está fechado, chuvoso... Mas nem tudo está perdido, veja esta foto tirada da janela da cozinha.






Mas quando fico por aqui, na maioria da vezes é para descansar. Então capricho no café da manhã, assisto muitos filmes acompanhados de alguns quitutes e um elaborado almoço/jantar (dependendo da hora que ele acontece) e normalmente aos sábados o Mauro, mais conhecido com Rato toca no Flauta Café e vamos pra lá escutar boa música.


Acho q ainda não falei deles, dos meus flatmates. Divido apartamento com mais pessoas. Por ordem de antiguidade na casa:
Camila - gaúcha, faz mestrado em alguma coisa relacionada à Educação Física que não me lembro o que é. Ela já morava aqui quando eu cheguei. Passou três meses no Brasil e em março voltou para terminar a tese dela. Dorminhoca, joga capoiera e como todo gaúcho viciada em chimarrão.

Camila e Rato

Rato (ou Mauro) - gaúcho, namorado da Camila, mudou pra cá em novembro um pouco antes da Camila ir pro Brasil. Agora que os dois estão aqui, dividem o mesmo quarto. Músico, também faz mestrado em alguma coisa de Educação Física. É o churrasqueiro da casa. Costumo dizer que ele faz churratinho de gato. hahaha!! Detalhe, o Rato não me deixa beber chimarrão, diz que não é coisa pra carioca.

Amália - romena, isso mesmo, da Romênia. Chegou em março, também está aqui pela AIESEC, como eu. Faz stágio na Primavera (uma empresa de software, concorrente do SAP). Divertidíssima, mucho louca!!! Nosso idioma é muito parecido, o romeno também é de origem latina o que facilita o entendimento, mas a língua predominate nas nossas conversas ainda é o inglês.



Amália e Rato no Flauta café.


A convivência aqui em casa é ótima!! É muito legal o clima de amizade e cooperação.
Saímos juntos, fazemos almoços coletivos aos domingos, sempre rolam altos papos na cozinha que vão até altas horas, especialmente se acompanhado de um bom vinho português.

Desde janeiro, quando fico em Braga o Jeroen vem pra cá também.








Eu, Jeroen e Amália no Flauta café


Até breve!!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Final de semana super agitado

IRW Belém-Setubal-Arrábida
No final de semana dos dias 11, 12 e 13 de abril aconteceu mais um IRW (International Reception Weekend), desta vez em Belém (Lisboa - ali onde tem a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos) na sexta feira e em Setúbal/Arrábida no sábado e domingo.
Mas este final de semana foi especial, porque no sábado de manhã encontrei em Belém a Renata Caldas e a Camila, amigas da FMC (empresa onde trabalhei antes de vir para Portugal). Elas estavam indo para Noruega, fazer um curso pela empresa, mas como a mãe da Renata mora em Portugal, deram uma paradinha por aqui e nos encontramos no´sábado de manhã. Fui a responsável por mostrar pra elas Lisboa em uma manhã.
Mas a aventura começou na sexta feira mesmo. Saí do trabalho, encontrei com a Amália e pegamos o comboio na estação em frente à Delphi rumo ao Porto, de onde sairia o comboio para Lisboa. O intervalo entre um chegar e o outro sair era de apenas 5 minutos. Ups, apertado, né?
Normalmente os comboios urbanos não atrasam. Mas não sei o que aconteceu desta vez q ele atrasou uns 2 minutos e míseros 2 minutos nesta situação fazem uma diferença danada.
Foi exatamente o tempo de correr desesperadamente da plataforma 1, onde chegamos para a plataforma 8, de onde já estava quase a sair o comboio para Lisboa. A nossa sorte foi que o fiscal ainda estava do lado de fora do comboio e viu as duas loucas desesperadas, com mochila e saco de dormir pendurados às costas correndo em direção ao trem que já apitava avisando que estava a partir. Ufa, sorte! Conseguimos apanhar o comboio ha tempo! Como fomos no intercidades (tem mais paragens que o alfa pendular) levamos umas 3 horas e meia (mais ou menos) pra chegar em Lisboa. Lá o Pedro nos apanhou na estação e nos levou de encontro aos que já lá estavam. Na noite de sexta, dormimos num regimento militar. Imagina, conforto zero! Depoois de todos terem chegado, jantado e etc... fomos para as Docas. É uma região de bares à beira do rio tejo. Como se fossem os quiosques da Lagoa. O lugar é interessante, mas muito pra turista. Os preços são altos, paga-se para entrar nos bares com música... pra turista.
Nos divertimos bastante ali. A galera é bem animada.
Depois de uma noite quase sem dormir. Fui cedinho encontrar com a Renata e a Camila (e também a Regina, mãe da Renata) nos famosos Pastéis de Belém. Nesta hora o pessoal da Aiesec ia pra Setubal, pois as atividades de sábado seriam por lá. Me separei deles e fiquei em Lisboa pra encontrar minhas amigas.
Depois de uma meia de leite direta (café com leite forte) e uns pastéis de Belém fomos pro Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém. O dia estava bom, apesar de algumas nuvens, não choveu e nem estava tão frio.
Andamos bastante. Depois da Torre pegamos o elétrico 15 e fomos pra praça do Comercio. Andamos pela rua Augusta até o Rossio e almoçamos na Casa do Alentejo. Este lugar impressiona, é lindo. Não me canso de lá ir nem que seja só para beber uma cervejinha. Pedi um bacalhau com migas de grão.
Migas é um prato típico do alentejo. É como se fosse um puré de pão molhado. Não gosto muito, mas como este era de grão (grão de bico) resolvi esperimentar e gostei. Acompanhou muito bem o bacalhau assado.
Já estava tarde, eram quase quatro horas da tarde e eu ainda tinha que ir pra Setúbal, ao encontro do pessoal que lá estava. Me despedi das meninas, que ainda iam ao Castelo de São Jorge. E segui de metro para a estação. Peguei o comboio par Setubal e ainda foram quase uma hora de viagem.
Em Setubal, a esta hora estavam todos numa atividade na praia. Estava sol mas frio. Faz me muita confusão essa mistura: praia-sol-frio.
Praia até o sol acabar, roda com violão, boa conversa. Esse momento foi muito relaxante!
Seguimos de volta para o hostel, jantamos e logo em seguida festa. Mas após o jantar dormi e não vi mais nada.
Domingo, cedo de pé, pegamos a serra da Arrábida rumo à Azeitão, região produtora do vinho Moscatel. Visitamos o museu e a cave José Maria da Fonseca, que produz o vinho Periquita.
Engraçado que no início estava pensando que seria bem parecido com as milhares de caves de vinho do Porto que já visitei, mas para minha surpresa foi completamente diferente e muito interessante. São 150 anos de história, os maquinários antigos, as primeiras garrafas de vinho. E no final degustação, para abrir o apetite.
Seguimos de volta pra Setubal, almoçamos e no final da tarde de volta a Lisboa.
Eu, Jeroen, Amália e Dey ainda tivemos tempo de dar uma volta pelo Rossio antes do pegarmos o trem (desta vez também com emoção) de volta à Braga.